Queridinha dos brasileiros e um dos grandes destaques do SXSW 2024, a futurista Amy Webb fez um overview do Trend Report 2024 da Future Today e uma apresentação pautada pelo superciclo tecnológico que deve revolucionar a existência humana, quebrar paradigmas e mudar radicalmente velhos hábitos de nossa sociedade.
“O último superciclo de tecnologia que aconteceu foi a revolução industrial. Mas, diferente da revolução industrial, são três tecnologias de uso geral que estão nesse superciclo. São elas: inteligência artificial, biotecnologia e um ecossistema florescente de dispositivos interligados para pessoas, animais de estimação e objetos.”
Amy Webb, CEO na Future Today
Amy Webb destaca superciclo tecnológico que deve revolucionar a existência humana
Inteligência Artificial: o que você precisa saber
Prepare-se para uma nova era da tecnologia: a inteligência artificial generativa (IA generativa) está revolucionando o mundo, e as implicações para o futuro são empolgantes. Modelos de linguagem de última geração, como os LLMs, permitem que as máquinas “prevejam” o que será escrito, abrindo um universo de possibilidades para a criação de conteúdo.
Mas Amy Webb, que é especialista em IA, prevê que as bases de conteúdo tradicionais se esgotarão em breve, impulsionando a busca por novas fontes de informação. É aí que entram os Large Action Models: modelos ainda mais poderosos que preverão não apenas o que você vai escrever, mas também o que você vai fazer.
Essa nova era será impulsionada pela explosão de dispositivos conectados, como os “Connectables”, incluindo o Rabbit e o Vision PRO da Apple. Amy acredita que dominar a íris das pessoas será o objetivo das empresas, pois “o olho se move antes mesmo de você pensar em algo. Um computador facial saberá o que você vai fazer antes mesmo de você pensar”, alerta ela.
Então, prepare-se para um futuro em que as máquinas leem sua mente. A IA generativa está apenas começando a mostrar seu potencial, e as possibilidades são infinitas.
Biotecnologia: a próxima fronteira da tecnologia
A biotecnologia está se consolidando como a força motriz do superciclo tecnológico em que vivemos. A Organoid Intelligence (IO) surge como um campo de estudo inovador que utiliza material biológico e culturas 3D de células cerebrais humanas para replicar o processamento de informação, abrindo caminho para interfaces cérebro-máquina cada vez mais sofisticadas.
Recentemente, um sistema de biocomputação composto por células cerebrais humanas vivas foi capaz de reconhecer uma voz humana entre 240 vozes diferentes, utilizando apenas clipes de áudio e outras tecnologias de IA. Essa conquista demonstra o enorme potencial da IO para o desenvolvimento de interfaces cérebro-máquina que podem revolucionar a maneira como interagimos com a tecnologia.
Ainda estamos no início da jornada da IO, mas as perspectivas são empolgantes. Essa tecnologia tem o potencial de:
- Melhorar a comunicação: imagine poder se comunicar com outras pessoas apenas através do pensamento. A IO pode tornar isso possível, facilitando a vida de pessoas com deficiências de comunicação;
- Desenvolver interfaces cérebro-máquina mais avançadas: as interfaces cérebro-máquina podem ser utilizadas para controlar próteses robóticas, restaurar funções motoras perdidas e até mesmo aprimorar a cognição humana;
- Criar novas formas de arte e entretenimento: a IO pode ser utilizada para criar experiências imersivas que estimulam os sentidos e ampliam a nossa percepção da realidade.
A biotecnologia tem o potencial de transformar o mundo de formas que ainda estamos começando a imaginar. A Organoid Intelligence é um campo de estudo promissor que pode trazer benefícios para a sociedade, mas é fundamental que o seu desenvolvimento seja acompanhado de um debate ético e responsável.
Ecossistemas conectados: surgimento dos LAMs
A limitação dos LLMs reside na natureza dos dados utilizados para seu treinamento: informações disponíveis online, que não permitem interação em tempo real com humanos. Para superar essa barreira, Webb aponta para o surgimento dos large action models (LAMs).
Os LAMs se beneficiarão da integração com dispositivos vestíveis, conhecidos como conectables. Estes aparelhos, equipados com sensores avançados, capturam dados visuais e sensoriais em tempo real, fornecendo uma visão mais profunda do comportamento humano.
Um exemplo notável de conectable é o Apple Vision Pro, recentemente lançado. Segundo Webb, este dispositivo, além de oferecer imersão aos usuários, abre portas para um novo universo de dados e aprendizado de máquina.
A especialista destaca a capacidade dos conectables de “ler as intenções” dos usuários. Através da computação facial, o dispositivo pode prever ações antes mesmo de serem realizadas. Estes dados, posteriormente, podem ser utilizados para treinar LAMs mais sofisticados.
“Precisamos usar tendências para nos ajudar a reavaliar o futuro. E para fazer isso, criamos cenários estratégicos que reúnem fatos e percepções. Isso nos ajuda a ver alternativas e a influenciar o futuro para que ele não simplesmente aconteça.”
Amy Webb, CEO na Future Today
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