Após ganhar atenção dos consumidores e, automaticamente, do mercado de marketing digital, as campanhas focadas em dispositivos móveis chegaram à Cannes, demonstrando como as novas tecnologias têm afetado a vida da sociedade moderna. Estreante em 2012 com uma categoria própria, mobile apresentou cases que geram engajamento e provocam uma interação mais efetiva com o publico alvo.
Um dos exemplos que chamou a atenção durante o Festival foi o aplicativo desenvolvido pela Toyota, que entretém filhos pequenos durante um passeio de carro. Com um caminho semelhante ao real, a criança pode guiar o seu automóvel virtual em ruas ou estradas animadas. Uma ideia genial, pois aproxima o pai e o filho da marca.
Assim, chegamos à conclusão que pensar em estratégias digitais sem considerar a mobilidade, é como fazer um pão sem colocar fermento, já que cada vez mais, as pessoas têm buscado comodidade. Com a chegada do 4G e a promessa de uma web móvel mais rápida, é necessário, acima de tudo, que as grandes corporações ofereçam um conteúdo exclusivo para mobile, pois apenas 20% dos grandes anunciantes brasileiros online já olham pra este filão e disponibilizam páginas adequadas para o ambiente móvel e seus diferentes sistemas operacionais. Este número mostra que estas empresas estão colocando o foco de suas estratégias na multi-canalidade para atingir os clientes onde eles estiverem.
Não por acaso, um grande player do e-commerce nacional que comercializa produtos esportivos, deve faturar, de acordo com expectativa da empresa, algo como R$50 milhões apenas por meio de plataformas móveis, um número bastante expressivo.
Agora, vamos tirar a lanterna das vendas e colocar no engajamento. Quantas pessoas podem estar em contato com uma marca em um cenário onde a maior rede social do mundo, o Facebook, tem 40% de acesso via plataformas móveis? Com esta reflexão é nítido, o tamanho da oportunidade perdida por não ter uma estratégia móvel vencedora.
Outro dado que endossa essa visão foi retirado de uma análise recente do Google Brasil, em que as pesquisas na Internet realizadas através de dispositivos móveis no País aumentaram 30 vezes nos últimos dois anos. Além disso, entre os meses de agosto de 2010 e 2011, o acesso ao Google por celular cresceu 2.900%, o que representa um incremento de seis vezes nas estatísticas da representante brasileira da gigante de buscas na internet.
Infelizmente, só com números e percentuais de crescimento de mercado não atingimos a lucratividade esperada pelos anunciantes, que querem aumentar o retorno do investimento (+ROI) com um menor custo (-CPA). No entanto, é essencial pensar em uma estratégia mobile sustentável, oferecendo uma comunicação integrada em todos os pontos de contato com o consumidor.
É importante ressaltar que, para manter-se vivo e saudável em um mundo de negócios 100% tagueado, não adianta apenas pensar em uma estrutura voltada somente para os dispositivos móveis. Mas sim, integra-la à uma estratégia multicanal unindo mídia display, links patrocinados, analytics, sistemas corporativos – CRM, ERP, DBM -, meios de pagamentos, estoques e lojas físicas em uma única interface. Desta forma, além de tratar o cliente como único, colocando-o no centro das estratégias e decisões da empresa, o anunciante oferecerá uma experiência de compra agradável ao consumidor.
Conforme dados recentes da Anatel, no Brasil, há 256 milhões de celulares, dos quais 17% são smartphones. Por outro lado, uma pesquisa divulgada pelo IAB revela que 80% destes aparelhos são usados para pesquisar preços de produtos e serviços. Com isso em mente, que marca não adoraria estar presente no momento da compra, seja pela venda ou para ser relevante e engajada?
A partir deste pensamento, surge uma importante característica da internet móvel, a possibilidade de conhecer profundamente o seu cliente e mapear todo o seu histórico e comportamento de compra . Como aparelhos celulares não são compartilhados, ajustá-los às necessidades e desejos do usuário, agregados a sistemas como o GPS – Global Positioning System-, amplia as oportunidades de negócios. Assim, é possível devolver uma comunicação relevante e exclusiva de acordo com o perfil do consumidor-alvo, aproximando-o cada vez mais da marca e de seus produtos.
Pelo que pudemos ver, temos que nos manter em constante evolução, investindo em serviços, sistemas e soluções, que agreguem valor para acompanhar o mercado. Além disso, enxergar os dados como um poderoso diferencial competitivo auxilia as empresas a entender melhor o comportamento dos usuários, gerando produtos e serviços sob medida, ampliando a cobertura de sua oferta e, assim, trazendo melhores resultados, experiência e faturamento ainda não explorado.
*Artigo extraído da Revista Adnews 8a. edição.