Nunca se surpreendeu ao abrir a caixa de um iPhone ou um iPad, e ler: “Designed by Apple in California. Assembled in China.”?
Como todo gênio do marketing, Steve Jobs conseguiu expressar a mais pura verdade de uma forma que fazia ela valer o dobro ou até o triplo do que valia antes. Qualquer cliente da Apple, ou seja, metade do planeta sabe do que estou falando. Porém, apesar de válido, o argumento deste artigo não vai ficar na questão de como valorizar um problema, mas sim de como os empresários brasileiros estão se preparando e chegando para empreender nos Estados Unidos, usando um mote similar.
Nos dois últimos anos tenho observado uma leva grande de empresários brasileiros que resolveram desbravar em busca de novas oportunidades de negócios na América. Como nunca se viu antes, seja por razões próprias ou descontentamento com o Brasil, há um grande volume de executivos brasileiros bem estabelecidos, com capital financeiro e intelectual, indo em uma mesma janela de tempo para o mercado americano.
Neste novo universo de oportunidades, existem basicamente dois tipos de perfis de empreendedores: os brasileiros que largaram tudo e vieram empreender com algum tipo de negócio que viabilize o visto. Louvável e muito arriscado. E os brasileiros que possuem negócios no Brasil e vieram buscar a extensão deles aqui e em outros países. Um perfil mais consistente e que merece um olhar mais aprofundado.
Neste processo de expansão do seu negócio para o mercado americano, é necessário um planejamento criterioso, pois as regras do jogo são diferentes e existem alguns pontos que são fundamentais para quem deseja empreender.
As marcas brasileiras possuem um apelo forte junto aos consumidores e, por muitas vezes, é possível ter excelentes resultados com esta operação internacional. Porém, é um erro comum pensar que é tudo igual, ou seja, porque deu certo no Brasil, dará certo no exterior também.
No mercado americano, os processos operacionais e burocráticos de abertura e manutenção de uma empresa são mais simples, mas a falta de entendimento sobre as regras do jogo e a parte jurídica, legal e tributária são grandes problemas. É fundamental contar com apoio de especialistas, tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Porém, nem sempre eles falam a mesma língua, seja ela o inglês, o espanhol ou o português.
Além de tudo isso, o modelo do mercado de trabalho americano facilita a contratação de funcionários. Sem um instrumento como a nossa CLT, os americanos negociam e acertam entre eles como será o trabalho, ou seja, a remuneração, férias, horas de trabalho, entre outros assuntos, é feita diretamente com os candidatos.
A receita em dólar com parte da produção em real também pode ser um grande aliado, já que reduz custos e otimiza verbas. Em um momento de grande instabilidade econômica no Brasil, com uma operação no exterior, também é possível minimizar os riscos Brasil. Naturalmente vale prestar atenção a possíveis contingências dadas algumas das possíveis mudanças em andamento por ordens executivas.
Como exemplos de sucesso desse novo conceito de comunicação é possível destacar algumas empresas brasileiras que vêm ganhando um novo espaço no mercado americano, mostrando que o gingado criativo do brasileiro sempre é baseado em inovação e soluções para a comunicação entre os dois países.
O Brasil está numa crescente mudança de comportamento que vem impactando diretamente a propaganda e a relação do consumidor com as marcas, expondo suas feridas para o mundo com movimentos políticos em prol de uma sociedade melhor, dando uma aula de como se combate a corrupção.
São Paulo abriu as portas da prefeitura para as marcas ajudarem na gestão da cidade. Seja com produtos de limpeza, geração de empregos, administração de parque, nessa nova economia abraçada por João Doria vem acontecendo uma verdadeira mudança de comportamento publicitário.
Campanhas que verdadeiramente apresentam uma população mais feliz por ver o parque do Ibirapuera limpo numa gestão onde é permitido uma marca, líder do segmento de limpeza como a Unilever, em uma parceria com a prefeitura cuidando dos banheiros, devolver dignidade e cidadania para quem mora em São Paulo. Esta renovação de valores entre Marcas e a Sociedade no Brasil vem dando exemplo para o mundo inteiro e chegou uma Nova Era do mais é + para a sociedade como um todo.
As marcas, unidas com os cidadãos, criam um laço sentimental, uma experiência e traz frescor, admiração e uma nova forma de se relacionar, reciclar valores e abraçar de fato a sociedade. E isso vale aqui em nossa cidade, mas também um lugar como a Flórida, com tantos imigrantes e sonhos que chegam em busca de uma vida melhor.
Nosso trabalho como influenciadores digitais é abraçar essa causa e inspirar cada vez mais os gringos com nosso principal ponto positivo, globalmente reconhecido, que é o nosso gingado criativo e agora, com essa nossa nova capacidade de transformar um lugar, onde teremos orgulho de viver e morar. Precisamos de frescor na web para as marcas se reciclarem, criando novos valores em conjunto com a sociedade. Essa é uma experiência legitimamente onlife, integrando todos as mídias e a sociedade pelo bem comum, onde uma grande marca nesse momento se torna gigante, e não há métricas que possam mensurar tamanha grandeza.
Na Florida, um dos Estados americanos onde a população de brasileiros gira em torno de 300 mil pessoas, e especificamente em Miami, Orlando e Boca Raton, me sinto inspirado de levar esse conceito de economia colaborativa e criativa para meus clientes aqui nos Estados Unidos.
Palmas para esse novo Brasil que inspira em terras estrangeiras. Nós estamos fazendo parte de uma verdadeira revolução publicitária. Me sinto orgulhoso de fazer parte dessa nova forma de pensar e fazer negócios, seja em plataformas digitais, de redes sociais ou as novas plataformas de Wikinomia. Mas esse é um assunto para outro artigo.
(*) Roberto Ekersdorff é CEO e co-founder da aunica.