Quando qualquer equipamento eletrônico quebra, a maioria vai parar no lixo comum ou, pior, na calçada, tornando-se um grande problema ambiental. Outro problema é que esse tipo de resíduo pode ser tóxico e nocivo à saúde humana, por isto a preocupação de ser descartado em lugares adequados e pensar na sua destinação, isto é, sua segunda vida torna-se fundamental. Sendo assim, o que fazer com o seu lixo eletrônico?
Conheça o grupo Tech Girls Brasil, que recebe doações de equipamentos e computadores considerados obsoletos para alguns. Todas as doações recebidas de lixo eletrônico pelas Tech Girls passam por uma “triagem” e, a partir de um diagnóstico e reposição de peças, se tornam ferramentas educacionais e profissionais para quem está iniciando no mundo digital.
Já itens que seriam descartados como sucatas, viram peças de arte e decoração com lixo eletrônico. Confira mais detalhes em https://techgirls.com.br/decortech.
Da mesma forma, equipamentos que precisam de uma restauração mais complexa, vão exigir envolvimento de uma assistência técnica profissional, que são capacitadas em parceria com a UTFPR, através de cursos de extensão. Veja mais detalhes em https://cursosdeextensao.ct.utfpr.edu.br/2021/10/manutencao-de-notebook-visao-geral/.
A preocupação com a segurança dos dados presentes nos equipamentos doados é grande. Desta forma, todos os arquivos são apagados e as máquinas são formatadas logo na chegada.
Mercado de assistência técnica e lixo eletrônico só crescem
Um dos motivos do aumento da procura de assistência técnica de equipamentos eletrônicos é explicado pelo fato que em decorrência da pandemia, muitos notebooks que estavam guardados em casa, passaram a ser usados para reuniões online, por exemplo. E assim, estes usuários começaram a perceber que os equipamentos não atendiam estas novas funções, como por exemplo suas câmeras não funcionavam ou que eram lentos e com baixa performance. Portanto capacitar e levar para o mercado novas profissionais de assistência técnica, é um dos objetivos das Tech Girls.
Da mesma forma, o lixo eletrônico vem crescendo muito. Apenas no ano de 2019, o mundo viu 53,6 milhões de toneladas de aparelhos eletroeletrônicos sendo descartados (um crescimento de 21% nos últimos 5 anos!). Dessa quantidade, apesar de tudo poder ser reciclado, apenas 17,4% se tornaram matéria-prima novamente para outros produtos.
Estes números são resultados do relatório The Global e-Waste Monitor 2020, onde destaca que o Brasil gerou mais de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2019, ficando atrás apenas da China (10,1 milhões de toneladas), EUA (6,9 milhões de toneladas), Índia (3,2 milhões de toneladas) e Japão (2,5 milhões de toneladas).
Já um relatório técnico produzido pela UTFPR em 2017 informa que Curitiba destina apenas 5,7% dos resíduos coletados para reciclagem, e pouco mais da metade disso (57,32% – em 2014) é reaproveitado.
Apesar de números desanimadores, a comunidade em geral e empresas estão passando por este despertar de responsabilidade e passando aos poucos a disponibilizaram o seu lixo eletrônico em prol da transformação das vidas das alunas Tech Girls.
Um ato muito simples, porém bem recompensador para quem faz a doação, já que ressignificar o lixo eletrônico demonstra sua preocupação com os recursos e principalmente pelo estímulo para proporcionar uma fonte de renda digna para quem mais precisa, as mulheres guerreiras.
Pensar na sua destinação correta do seu equipamento eletrônico que parou de funcionar ou que já não lhe atende mais em questão de velocidade e performance, por isto, uma excelente alternativa é dar uma segunda vida ao equipamento, por meio de uma doação para re-uso das alunas Tech Girls. Para que sua doação seja recolhida pelas Tech Girls, cadastre em www.techgirls.com.br/laptop.
Sobre as Tech Girls
Desde 2017, o Tech Girls torna acessível o conhecimento sobre a tecnologia para mulheres através de metodologia própria quando já formou mais de 480 alunas no Brasil, nos temas:
■ Criação de negócios digitais (treinamento em hard e soft skills);
■ Autonomia para o uso pleno de computadores e celulares;
■ Acesso ao mercado de trabalho em TI.
Os cursos são formatados de acordo com os diferentes perfis das alunas, que poderão ser:
■ Mulheres em condições de vulnerabilidade social;
■ Autônomas e donas de casa;
■ Grupo 50+ (terceira idade);
■ Perfis profissionais: influencers de redes sociais, na área de saúde e outras carreiras.
Para alunas de baixa renda, destinam-se computadores que seriam lixo eletrônico ao completarem os cursos com a nota classificatória. Desta forma, essas mulheres poderão dar sequência ao seu negócio digital criado ao longo do curso, obtendo autonomia financeira e resgatando a autoestima.
O que era trauma pessoal, virou um negócio social
Em 2017, foi fundado pela Curitibana Gisele Lasserre (foto), em meio a crise profissional dos seus 40 anos de idade, quando necessitou fazer uma transição de carreira, não encontrou um ensino com linguagem feminina que a incentivasse, de fato, o aprendizado em tecnologia da informação.
Ao longo de sua nova graduação desta vez na área de exatas, sentiu na pele o ambiente hostil, pouco receptivo e com baixa participação das mulheres e foi por esta dor, que fundou o Tech Girls, desenvolvendo uma metodologia própria para a educação de tecnologia entre mulheres em qualquer faixa etária e conhecimento prévio.
aunica Interactive Marketing, Consultoria de Marketing Digital apoiadora do projeto Tech Girls
A fundadora do curso de mulheres e tecnologia conta emocionada: “eu trabalhei com estes computadores em São Paulo na consultoria aunica. Agora foram entregues como doação para serem ferramentas de trabalho para as alunas da Tech Girls. Antes delas levarem para suas casas, passarão nas mãos das alunas do curso manutenção de computadores, que estão recebendo formação em assistência técnica. Muito obrigada por ajudarem a fazer mais este capítulo da história das Tech Girls”, Gisele agradece a antiga empresa que trilhou carreira por 3 anos quando era gerente de área de business intelligence.
Priscila Santos, COO & Customer Success da consultoria aunica Interactive Marketing, destaca orgulhosa: “quando a Giselle entrou em contato com esse projeto incrível, não hesitamos em colaborar. O papel da mulher na tecnologia tem sido cada vez mais representativo e é nosso dever ter um olhar mais atencioso com as mulheres que buscam novas oportunidades, mas ainda não tiveram acesso à tecnologia para poder estudar e trabalhar online.”
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